04 novembro 2006

A descoberta


A descoberta

No dia 14.11.2005 fui fazer o preventivo de câncer como todos os anos tenho o costume , nessa mesma época, só que minha menstruação já estáva atrazada. Temi que acontecesse na hora do exame mas a médica, Dr. Luciana, com quem costumo consultar por ser uma excelente profissional, me alertou que não havia nem sinal das "regras" acontecerem naquele dia.
Saindo do consultório fui direto na farmácia e comprei o teste de gravidez, com a certeza que era só um atraso, mesmo sabendo que sempre fui reguladíssima. Tinha certeza que uma gravidez jamais iria acontecer tão logo, mas quando sentei no vazo sanitário pra fazer o precioso "xixi" no "potinho" e olhei aqueles dois pauzinhos rosa surgirem rapidamente, mostrando o resultado que eu temia, quase surtei. Não sabia o que pensar, nem o que dizer... nesses momentos tudo muda completamente na cabeça de uma mulher que não estava esperando essa novidade agora, mesmo porque não devia, não podia.
Tinha SP e tomava remédio pra esse mal. E o risco de mal formação no bebê, meu Deus! Loucura! Quem mandou ser tão segura e não tomar anticoncepcional a dois anos?!
Mas a verdade é que o comprimidinho, juntamente com as drogas "ansiolíticas" estava me trazendo efeitos colaterais desagradáveis que antes eu não tinha, mas a tabelinha não tinha falhado até o presente momento.
Bom, fazer o quê?...
Com a cabeça a milhão, fui contar para "mamãe", como sempre, na hora do aperto a gente geralmente recorre ao colinho de mãe.
Ela? Ficou feliz, acho... pois eu como eu já estava casada a sete anos, já era hora. Mas ficou preocupada também e como uma pessoa autoritária que é, foi atrás de respostas numa consulta de rotina com seu médico e ele mais do que depressa disse, que não havia possibilidade de eu ir adiante com a gestação...
Acho que pirei na hora, pois não achava que era pra tanto, afinal meus remédios era de dose muito baixa e eu assim que soube da gravidez parei com os malditos.
A solução: Aborto. Como? O mais prático, já que fazia só quinze dias de gravidez.
COMPRAR CITOTEC.
Meu marido, Edson, preocupado com possibilidades desagradáveis foi na busca do remédio . Pagou R$ 160,00, por quatro comprimidos e no dia 16.11.2006 eu iria tomar conforme orientação médica.
Não sou contra o aborto nesses casos, mas como a certeza não passava de possibilidades, fiquei confusa e fui, me senti sozinha com meus pensamentos e resolvi procurar conselho, ou melhor, uma luz surgiu no meu consciente e pensei na minha amiga e ex-colega de trabalho, Carine. Liguei, desabafei e ela quase chorando, me falou coisas que eu precisava entender, saber e ouvir. Ela abriu meu coração como uma iluminada como hoje a considero.
Me fez compreender a realidade e me ajudou nesse momento difícil de decisão e literalmente, já como diz minha colega Paula, ela me fez ver que essa criança vai ser a razão do meu viver. Me contou histórias que eu não sabia que pudesse existir e me fez ver que vale muito mais dar a vida para um pequeno ser. Enfim, foi amiga, simplesmente amiga. Amiga que hoje, sem palavras considero muito.
O aborto não aconteceu, está óbvio do por quê.
O Edson ficou aliviado.
Os quatro comprimidos se encontram guardados e serve somente pra lembrar que foi o dinheiro de um chuveiro que o Edson iria comprar.

Um comentário:

Professora Janaina Silvano disse...

Olá Vanessa!
Me emocionei lendo seu Blog.
Estou de quatro meses e meio e espero uma menina, que seja tão linda quanto a sua.Parabéns!